Sobre nós

Nossa história

Desde 1997, em Alter do Chão, o POPA (PELD Oeste do Pará) desenvolve estudos nas savanas e florestas semidecíduas da região, com foco na compreensão dos ecossistemas amazônicos e sua biodiversidade. Nessa paisagem única, foram instaladas parcelas permanentes de pesquisa para responder a três questões fundamentais:

Quais fatores ecológicos mantêm as bordas entre fragmentos florestais e savanas?
Quais são os efeitos de curto e longo prazo do fogo e de outros filtros ecológicos locais sobre a fauna e a flora?
Como a fragmentação natural da floresta influencia a biodiversidade local?

Ao longo dos anos, os estudos vêm trazendo importantes respostas:

Fronteiras naturais: A textura do solo influencia a delimitação entre savanas e fragmentos florestais (Sanaiotti et al. 2002). O fogo, por sua vez, exerce papel essencial na manutenção das áreas abertas (de Deus 2011).
Impactos do fogo: No curto prazo, o fogo afeta negativamente populações de lagartos e roedores (Faria et al. 2004; Layme et al. 2004; Ghizoni et al. 2005), embora os efeitos diretos sobre a dinâmica populacional, a longo prazo, sejam reduzidos (Magnusson et al. 2010). Estudos com séries temporais mais longas, combinando dados ambientais e genéticos, são necessários para compreender os ciclos populacionais de certas espécies.
Fragmentação florestal: Os efeitos da fragmentação variam conforme os traços ecológicos dos organismos, como sua capacidade de movimentação, uso da matriz de savana, disponibilidade de recursos, tipo de habitat e a pressão humana (Bernard & Fenton 2007; Sampaio et al. 2010; Carvalho et al. 2008; Borges-Matos et al. 2016; Amaral et al. 2017).

Graças ao esforço contínuo da equipe de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão foi conquistada (Albernaz et al. 2004), embora com apenas metade da área originalmente proposta. Durante esse período, foram produzidos mais de 70 artigos científicos, além de TCCs, dissertações e teses de pós-graduação.

Ciclo 2016 a 2020 - expansão de grupos e ações sociais

Com a formalização do POPA, os estudos se estenderam para a Floresta Nacional do Tapajós (FLONA), em áreas de Floresta Ombrófila Densa, mantendo as amostragens nas savanas. Novos grupos taxonômicos foram integrados ao programa, como besouros escarabeíneos, árvores, anfíbios, lagartos, e vertebrados de médio e grande porte.

Respostas da fauna e flora: Em ambientes savânicos, lagartos e roedores apresentam estratégias de sobrevivência ao fogo, como uso de abrigos subterrâneos e mudanças alimentares. Já as plantas sofrem com a perda de biomassa e diversidade em áreas com recorrência de queimadas, comprometendo sua regeneração a longo prazo.
Sociobiodiversidade: A partir da instalação de parcelas próximas a comunidades ribeirinhas na Flona do Tapajós, iniciamos ações voltadas à valorização da sociobiodiversidade. Foi implantado um projeto-piloto de ecoturismo de base comunitária, com formações para moradores e incentivo ao uso de trilhas científicas como atrativo turístico, além de oficinas educativas com foco em crianças e jovens das comunidades.
Comunicação e conservação: Exposições com resultados científicos foram realizadas na APA Alter do Chão. Um relatório técnico foi enviado ao Ministério Público Federal, contribuindo com medidas de proteção à biodiversidade e aos modos de vida tradicionais. Também foram publicados estudos sobre as principais ameaças à savana da região.

ciclo atual - 2025 a 2028 - avanço na pesquisa e no envolvimento social

No ciclo atual, o POPA continua o monitoramento dos grupos pesquisados na savana e nas florestas: vegetação, roedores, besouros escarabeídeos, lagartos, peixes, insetos aquáticos, vertebrados terrestres de médio e grande porte, formigas e monitoramento do fogo. Além disso, houve a ampliação das atividades com foco nas seguintes ações:

Novos grupos de estudo: Amostragens serão realizadas de quelônios aquáticos, macrofungos e lepidópteros (mariposas), enriquecendo ainda mais o conhecimento sobre a biodiversidade local.
Fomento ao ecoturismo: Serão realizadas formações para comunitários sobre uso sustentável das trilhas de pesquisa, boas práticas de atendimento ao público e áreas afins, como uma forma de fortalecimento do ecoturismo e devolutiva às comunidades. Para tanto, nosso objetivo é formar uma rede de parceiros com apoio de órgãos públicos, especialmente municipais.
Produção de materiais educativos: Serão lançados guias ilustrados da biodiversidade para divulgação científica e uso em ações de ecoturismo e educação ambiental, além de um aplicativo interativo sobre a biodiversidade, o Biocheck.

Enquanto as pesquisas estão em andamento nas savanas e nas florestas, a equipe do POPA promove ações para integração com as comunidades, como a Educação ambiental. Outras atividades estão previstas para esse ciclo. E assim, o POPA segue comprometido com a produção de conhecimento científico, a conservação da biodiversidade e o fortalecimento das comunidades locais que dependem desses ecossistemas únicos.

equipe

Coordenação

Coordenador

Rodrigo Fadini

UFOPA

Biólogo, mestre em biologia vegetal e doutor em ecologia. É professor na Ufopa desde 2010 e suas linhas de pesquisa são: (1) ecologia de erva-de-passarinho, (2) interações entre herbívoros e plantas, (3) impactos de atividades de manejo florestal madeireiro sobre a fauna.

Vice-Coordenadora

Clarissa Rosa

INPA

Ecóloga, mestre e doutora em ecologia aplicada. É pesquisadora no INPA desde 2019. Suas principais linhas de pesquisa são: manejo de fauna, invasões biológicas, ecologia de estradas, ecologia de comunidades, ecologia de vertebrados, interações fauna-flora, mudanças no uso do solo, mudanças climáticas, etnoecologia e síntese de biodiversidade.

bolsistas

Bolsista de Desenvolvimento Tecnológico Industrial

ana paula viana

POPA

Engenheira florestal, mestre em gestão de áreas protegidas.

Bolsista de Apoio à Difusão do Conhecimento

luíza neves coelho

POPA

Engenheira florestal, mestranda em ciências biológicas (biodiversidade).

Bolsista de Fixação de Recursos Humanos

Emiliano franco fogliatti

PPBio

Biólogo, mestre em ciências biológicas (biodiversidade).

Bolsista de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial

Pedro salomão ganança

INCT-CENBAM

Biólogo, mestre em ciências biológicas (biodiversidade) e doutorando em ecologia (INPA).

Pesquisadores

Albertina p. lima | INPA

Bióloga, mestre e doutora em ecologia.

diego r. gonzaga | UFOPA

Biólogo, mestre e doutor em botânica.

Luis reginaldo r. rodrigues | UFOPA

Biólogo, mestre em ciências biológicas e doutor em genética e biologia molecular.

sheyla regina m. couceiro | ufopa

Bióloga, mestre em entomologia, doutora em ecologia.

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antônio Henrique c. ramalho | UFOPA

Engenheiro Florestal, mestre e doutor em ciências florestais.

Alfredo P. dos Santos Júnior | UFOPA

Biólogo, mestre e doutor em zoologia.

joão paulo s. de cortes | UFOPA

Geógrafo, mestre e doutor em geociências e meio ambiente.

Marcos diones f. santana | ufopa

Biólogo, gastrólogo, mestre em botânica e doutor em biodiversidade e biotecnologia.

vinicius j. giglio | UFOPA

Biólogo, mestre em ecologia e conservação da biodiversidade e doutor em ecologia.

deliane penha | ufopa

Bióloga, mestre e doutora em ciências ambientais.

josé a. teston | UFOPA

Biólogo, mestre e doutor em ecologia e evolução da biodiversidade.

priscila s. miorando | Ufopa

Bióloga, mestre em ecologia e doutora em ecologia aquática e pesca.

william e. magnusson | inpa

Biólogo, doutor em ciências biológicas.

outros colaboradores

arlison b. castro | ufopa

Biólogo, mestre em ciências ambientais e doutorando em biologia (ecologia).

josé risonei a. da silva | ICMBio

Analisa ambiental, engenheiro agrônomo, especialista em gestão e manejo ambiental em sistemas florestais e mestrando em biodiversidade em unidades de conservação.

estudantes associados